Preocupados com a situação do IPE-Saúde, com a gestão dos contratos firmados com prefeituras, os integrantes da União Gaúcha, convidaram o auditor-fiscal José Paulo Leal, para falar sobre o assunto em reunião no dia 27 de abril. As entidades defendem que seja realizada uma auditoria para avaliar a real situação do IPE. Conforme dados apresentados pelo assessor, os contratos apresentam um superávit estimado em 2014, na ordem, de R$ 23,9 milhões. No entanto, se for aplicado o critério do limite de sinistralidade, na ordem de 85% da receita assistencial, esse valor deveria somar R$ 42,5 milhões.
O presidente da UG, que também preside a Ajuris, Eugênio Couto Terra, destacou que o passo principal a ser feito no momento é a realização da auditoria. “Não podemos deixar isso se transformar em uma bola de neve de efeito incontrolável”.
Paulo Leal concordou com a demanda da UG e apontou a necessidade da realização de estudos aprofundados, considerando que há contratos deficitários de longa data. “Se não houver uma medida neste sentido, corremos o risco de simplesmente repassar eventuais irregularidades para outros contratos, que são saudáveis”, justifica.
Uma das propostas que está sendo levantada pelo grupo de estudos do IPERGS é a unificação das carteiras. A avaliação é de que a unificação poderá promover uma reavaliação das alíquotas de todos os acordos, incluindo os que apresentam superávit, o que compensa parte dos deficitários. Neste caso, se houver redução de alíquota dos que são considerados saudáveis, certamente, haverá aumento de alíquotas de outros.
A União Gaúcha defende a realização da auditoria como forma de mapear o custo real do atendimento à saúde. “Nessa conta há outros fatores que precisam ser computados, itens que o próprio Paulo Leal apontou como os custos futuros decorrentes da ampliação das coberturas assistenciais. Então, vamos nos manter atentos e cobrar a realização desse mapeamento”, enfatizou Eugênio Terra.