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O necessário aperfeiçoamento dos Tribunais de Contas

Leia o artigo de Josué Martins publicado no Correio do Povo desta quarta-feira (05/04)

Escrito por Josué Martins para o jornal Correio do Povo06 de Abr de 2017 às 10:24
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Josué também defende a publicação ativa dos relatórios de auditoria. Foto: Guilherme Santos/Sul21.
 
 

Publicado no jornal Correio do Povo desta quarta-feira (05/04), artigo do Presidente do CEAPE - Sindicato, Josué Martins, fala do afastamento de sete conselheiros do TCE-RJ e a necessária mudança da política de escolha de integrantes da Corte. Confira abaixo o texto na íntegra.

 

Notícias recentes dão conta do afastamento de seis dos sete conselheiros do TCE-RJ por suposto recebimento de propina para não julgarem as auditorias de grandes obras. A política do Sindicato dos Auditores do TCE-RS para a escolha dos Ministros do TCU e dos Conselheiros dos demais Tribunais de Contas tem sido radicalizar os termos propostos pela própria Constituição Federal para acesso ao cargo.


Trata-se da campanha Ministro/Conselheiro Cidadão, onde defendemos que a escolha é do Chefe do Poder Executivo ou do Parlamento, mas a indicação é da sociedade. Uma campanha transparente, cidadã e republicana. Defendemos a edição de edital público chamando a sociedade a apresentar os melhores nomes para exercer o cargo de julgador das contas públicas. Eis a transparência com todas as etapas definidas publicamente e a cidadania convocada a participar. Republicana, pois se dará a escolha dos melhores nomes, exames dos currículos, experiências, idoneidade moral e reputação ilibada, com sabatina pública.


Nada disso acontece hoje nas vagas de origem na dita cota política (sete Ministros do TCU e cinco Conselheiros dos demais Tribunais de Contas). A escolha adequada dos julgadores não é suficiente para o aperfeiçoamento das Cortes de Contas. É essencial aproximar os Tribunais da sociedade. Defendemos a publicação ativa dos relatórios de auditoria na internet logo após decorrido o prazo de os gestores apresentarem a defesa. Isso permite ampla discussão pública antes do julgamento.


Outra questão que precisa de ajuste é a independência da área técnica em relação aos julgadores. O devido processo legal de contas está a exigir tal separação. Sua inexistência macula o estado democrático de direito.


Por fim, entendemos que os seis conselheiros afastados do TCE-RJ não podem retomar normalmente suas atividades. Os requisitos constitucionais de idoneidade moral e reputação ilibada não são apenas para o acesso ao cargo. Têm que ser aferidos também para a permanência no cargo. Algum daqueles Conselheiros é portador de reputação ilibada e idoneidade moral depois de delatar crimes cometidos ou ser aprisionado em Bangu?


Contamos com a sociedade. Estamos cumprindo nossa parte.  

 

Veja abaixo, algumas matérias que trataram do assunto

http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2017/03/policia-federal-faz-buscas-no-tribunal-de-contas-de-alagoas.html

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2017/04/01/internas_polbraeco,585323/em-20-das-27-unidades-da-federacao-ha-denuncias-contra-conselheiros.shtml

http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/04/epoca-negocios-80-dos-conselheiros-de-contas-vieram-da-politica.html


http://oglobo.globo.com/brasil/quinto-do-ouro-prisao-de-conselheiros-deixa-sem-comando-tce-rj-que-julgara-contas-de-pezao-21053330#ixzz4cjCb2CYM


http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2017-04-03/delacao-expoe-esquema-de-propina-no-tribunal-de-contas-do-municipio.html

   

 

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