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Não é só pelo Gim Argello

Escrito por Ceape TCE/RS11 de Abr de 2014 às 14:32
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   Os jovens que foram às ruas em junho popularizaram o bordão “não é só pelos 20 centavos”, referindo-se ao descontentamento com a qualidade do transporte coletivo e não apenas com o aumento da passagem. Um bordão semelhante poderia ser adotado em relação ao Tribunal de Contas da União: não é só pelo Gim Argello (PTB-DF), que afinal deixou de ser uma ameaça porque renunciou à indicação. Preocupante é o que está por trás da escolha de Argello, um senador que responde a inquéritos no Supremo Tribunal Federal por peculato, lavagem de dinheiro, crime contra a lei de licitações, crime eleitoral e corrupção ativa.
   Com essa folha corrida, Argello jamais poderia ter sido indicado para um órgão de fiscalização de contas públicas. Mesmo que ainda não tenha sido condenado, o currículo não contempla as exigências de  “idoneidade moral” e “reputação ilibada”, que carregam certo grau de subjetividade. Argello pediu para sair porque não quis enfrentar a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, já que os senadores rejeitaram o pedido para votação da indicação em regime de urgência, diretamente pelo plenário.
   O problema é a forma como são indicados os ministros do TCU, na base do conchavo. Argello era da “cota” do Senado, foi bancado pelo presidente Renan Calheiros, mas a manobra que permitiu a abertura de uma vaga tem as digitais da presidente Dilma. Para que Argello fosse indicado agora, era preciso que o ministro Valmir Campelo antecipasse o pedido de aposentadoria. O que fez o governo? Ofereceu a Campelo uma vice-presidência do Banco do Brasil e ele se aposentou.
E isso não é tudo. No TCU, Campelo era responsável por fiscalizar as obras da Copa. Deixou o trabalho pela metade para ocupar um cargo oferecido pelo governo cujas contas tinha até então poder para fiscalizar.
  Milionário, Gim Argello não precisa de emprego. Sua indicação para o TCU faz parte de uma articulação para não concorrer à reeleição na chapa de José Roberto Arruda, que, acredite quem quiser, será candidato ao governo do Distrito Federal pelo PR. Esse reforço na chapa de um adversário não convém ao governador Agnelo Queiroz (PT), candidato à reeleição.

   

 

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