O Banco Central (BC) informou ter planos de contingência para manter o funcionamento de serviços essenciais durante a greve dos servidores do órgão, que começa na sexta-feira. Em nota divulgada ontem, a instituição assegurou o funcionamento de operações de mercado e de sistemas como o Pix, o Sistema de Transferência de Reservas (STR) e o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
No comunicado, a autarquia informou reconhecer o direito dos funcionários de promoverem manifestações organizadas e confiar na dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a instituição e com a sociedade.
Na segunda-feira, os funcionários do BC aprovaram greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril. A categoria cobra do governo reajuste salarial de 26,3% e a reestruturação das carreiras. Um analista do BC recebe, em média, R$ 26,2 mil por mês.
Promessa
Com as pressões crescentes, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enviou ofício ao Ministério da Economia solicitando que os servidores da autarquia recebessem reajuste salarial caso o governo decida aumentar os valores dos contracheques de outras categorias. No fim do ano passado, o presidente da República, Jair Bolsonaro, prometeu aumentos para policiais federais e rodoviários, mas até agora não oficializou o reajuste a essas categorias ligadas ao Ministério da Justiça.
Ontem, o Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical) decidiu, em assembleia, que os servidores do Tesouro Nacional paralisarão os trabalhos na sexta-feira e na próxima terça-feira. A categoria também deve votar na terça a possibilidade de greve por tempo indeterminado.
Presidente da Unacon, Bráulio Santiago disse que as perdas inflacionárias desde 2019 chegam a 19,9%, mas as categorias policiais têm a promessa de receber reajustes de até 30%:
- Nossa luta é para evitar o desalinhamento salarial entre as carreiras do Executivo.