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Debate Visões de Estado recebeu cinco dos sete candidatos ao Governo do RS

Escrito por CEAPE - Sindicato 05 de Set de 2018 às 17:54
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(Fotos: Vera Nunes- CEAPE Sindicato; Caco Argemi - CPERS Sindicato).
 
 

Os candidatos ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, participaram na última sexta-feira (31/8) do debate “Visões de Estado”, promovido pelo Movimento Unificado dos Servidores e o Fórum dos Servidores Públicos Estaduais do RS (FSPE-RS), na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre. O objetivo do evento era questionar os candidatos sobre assuntos que fazem parte do dia a dia da população, como: educação, finanças públicas, segurança, entre outros.

Estiveram presentes na sabatina Julio Flores (PSTU), Jairo Jorge (PDT), Eduardo Leite (PSDB), Roberto Robaina (PSOL) e Miguel Rossetto (PT). Todos os candidatos receberam convite para participar do evento, porém, José Ivo Sartori (MDB) e Mateus Bandeira (NOVO) não compareceram.

O debate começou com uma exposição de Carlos de Martini, presidente da AFOCEFE Sindicato. Servidor público há mais de 30 anos, ele defendeu a construção de uma nova política fiscal, alegando que com ela o Estado não estaria nessa situação. Logo após, o presidente do CEAPE-Sindicato, Josué Martins, apresentou um diagnóstico sobre as finanças e a situação do Estado frente ao Regime de Recuperação Fiscal que o Governo atual pretende a adesão. Martins demonstrou que a dívida do RS com a União já está paga e a adesão ao Regime significa assumir um saldo devedor que já não existe e a um custo muito elevado para os Gaúchos.

A pergunta sobre a educação pública do Estado deu início ao debate. O questionamento foi realizado pela secretária-geral do CPERS Sindicato, Cândida Rossetto:


“A educação pública do estado do Rio Grande do Sul está sob ataque. São quatro anos sem reajuste ou reposição da inflação para educadores, com salários atrasados e parcelados, a pior remuneração básica do país com 630 reais para vinte horas de trabalho, fechamento de escolas, desrespeito ao Piso e ao Plano de Carreira, formação deficitária, falta de concursos públicos, uma reforma do ensino médio formulada sem a participação da comunidade escolar, ameaça de terceirização e municipalização do Ensino Estadual, desmonte da Educação de Jovens e Adultos, precarização do quadro funcional com contratações emergenciais e redução de mais de 15 mil servidores na ativa, queda de 52% nos investimentos com o planejamento e execução de obras, congelamento do orçamento federal e tentativas de censurar a liberdade de ensino e aprendizagem com o projeto Escola Sem Partido.
Todos estes ataques têm consequências drásticas para a qualidade do ensino e afetam o presente e o futuro dos filhos dos gaúchos e gaúchas. Diante deste cenário, qual a sua proposta efetiva para que o Rio Grande do Sul implemente uma educação pública e de qualidade?”


Os candidatos responderam à questão e em seus argumentos ressaltaram seus planos de Governo.


Por sorteio Julio Flores, do PSTU, foi o primeiro a responder:

“Quero falar que temos um projeto nacional sendo implementado que é privatista, aposta na meritocracia,  na disputa entre colegas, na privatização do ensino. Tanto que o proprietário da Gerdau faz parte do Conselho do PNE. Lamentavelmente foi sob os governos do PT que isso aconteceu. E o Sartori aqui está desenvolvendo o mesmo projeto. O Tarso foi ministro, assinou a Lei do Piso, chegou aqui e não implementou. Nós temos toda a clareza que sob um governo dos conselhos populares nós vamos pagar o piso, porque diferente de todos os governos que já governaram, nós vamos tirar dos ricos, acabar com a farra com o dinheiro público e com a farra das isenções fiscais.”

Logo após foi o candidato do PDT, Jairo Jorge:

“Precisamos fazer uma segunda revolução educacional. Há 60 anos tínhamos metade dos gaúchos analfabetos e aquelas escolas simples de madeira foram muito importantes para que a educação pudesse chegar a todo estado. Daqui a 5 ou 10 anos a nossa população vai diminuir. Por isso precisamos de uma mudança com tecnologia e educação para atender a nova demanda. Para buscar recursos pra isso entendo que é necessário criar um fundo para a educação. Esse fundo vai ser financiado por empresas públicas. Empresas públicas têm que dar lucro, mas não privatizando. Isso vale para a CEEE, para a CRM, para a Corsan. E o lucro nós vamos investir nesse fundo. É preciso uma pedagogia inovadora, criativa. A criatividade não vem de fora, ela vem de dentro pra fora.”

O próximo candidato foi Eduardo Leite, do PSDB:

“Tenho muito orgulho de ser filho de professores servidores públicos. Professores precisam do salário em dia porque quem faz educação não pode viver sob a insegurança de quando vai receber o seu salário, isso é básico. O planejamento fiscal do governo tem que priorizar os servidores. Em Pelotas os servidores recebiam seu salário no quinto dia útil do mês seguinte. Organizamos isso no primeiro ano de governo. Também aplicamos todo mês para garantir o pagamento antecipado do 13º em dezembro. O terço de férias dos professores em Pelotas era pago depois das férias. Nós conseguimos pagar antes. Temos que respeitar os servidores porque 80% da educação é pública, embora a gente admita outras formas, como escolas comunitárias, principalmente na educação infantil.”

Depois foi a vez de Roberto Robaina, do PSOL, responder a questão:

“Se vocês escutaram o De Martini (Afocefe) e o Josué (Ceape), que apresentaram um diagnóstico das finanças do Estado, viram que já existe uma série de propostas, que só são defendidas nesse pleito pelo PSOL, pelo PCB e pelo PSTU. Nós temos a experiência do Sartori. Nada foi pior em termos de Governo. Nada pode superar, embora saibamos que há propostas que querem se utilizar mais ainda da violência política para aplicar os mesmos planos. Precisamos ter estratégia e buscar a unidade de programa. Há desorganização dos servidores e da classe trabalhadora quando promessas são feitas e os compromissos não são levados adiante num projeto de lutas comum.”

E por último, Miguel Rossetto, candidato pelo PT:

“O compromisso com a escola pública orienta a história dos nossos governos em todos os níveis. Da Universidade do Pampa à Federal da Fronteira Sul e na construção de mais de 30 campus universitários. Nós pensamos o financiamento estratégico a partir da riqueza do pré-sal, transformando a riqueza do petróleo na riqueza do conhecimento e da educação do povo. E o golpe destrói esse compromisso fundamental do nosso projeto de nação, de país e de estado. Governar nunca foi fácil e sempre exigiu escolhas. Aqui no RS nossas escolhas sempre foram muito claras. Tive a honra de ser vice-governador no governo Olívio, com respeito à recuperação salarial, respeito ao plano de carreira e promoções. Nós vamos sim recuperar a escola pública gaúcha. 90% da juventude desse estado está na escola municipal e na escola estadual. Vamos ter políticas emergenciais e vamos ter políticas de médio prazo, sempre numa relação de diálogo com vocês.”

Para conferir o debate na íntegra acesse aqui


O debate também tratou sobre os serviços públicos e sobre o funcionalismo. Confira matéria do Sul21 clicando aqui


Veja nossa galeria de fotos do evento clicando nas miniaturas à direita da tela.

 

   

 

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