PMDB indicará técnico para o TCU

O nome mais cotado pelo comando do PMDB no Senado para ser indicado à vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) é o do ex-consultor-geral legislativo da Casa, Bruno Dantas, que terminou em agosto de 2013 mandato de dois anos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Bruno foi indicado para o CNJ pelo Senado, em 2011, com aprovação por 43 senadores.

O nome do ex-conselheiro do CNJ surgiu em reunião do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com aliados, como o líder da bancada, Eunício Oliveira (CE), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Bruno Dantas é considerado uma forte alternativa para a vaga de Valmir Campelo no TCU, após a desistência do senador Gim Argello (PTB-DF). O PMDB não pretende apoiar o nome indicado pelo líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), e outros líderes da oposição, do ex-auditor de controle externo do TCU, Fernando Moutinho Ramalho Bittencourt.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tratou com ironia a iniciativa do líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), de indicar o ex-auditor de controle externo do TCU, Fernando Moutinho Ramalho Bittencourt, para a vaga, em conjunto com outros líderes da oposição.

"Escolher um técnico foi um avanço do líder Rodrigo Rollemberg, porque da outra vez que ele fez uma indicação para o TCU foi da mãe de um governador", afirmou Renan, dando risada.

Referia-se à ex-deputada Ana Arraes, filha do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, e mãe de Eduardo Campos - que acaba de deixar o governo de Pernambuco para disputar a Presidência da República pelo PSB. Ela foi eleita em 2011 para ministra do TCU. "Acho que ele evoluiu."

O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), vai reunir a bancada na terça-feira para discutir o posicionamento a ser adotado em relação à indicação para o TCU, já que o senador Gim Argello desistiu da indicação, na quarta-feira, após a resistência dos integrantes do tribunal e dos colegas.

Questionado se o PMDB pode acolher a indicação feita pela oposição, Eunício disse que o assunto será avaliado pela bancada e que ele vai propor a indicação de um técnico - mas não citou nomes.

"Como as coisas estão muito atritadas politicamente, eu vou defender a indicação de um técnico, de preferência do quadro da Casa. Agora, quem será eu não sei", disse. Ao seu lado, Renan respaldou a proposta. "Eu concordo com o líder, porque tenho juízo", afirmou.

Gim foi indicado por líderes do PMDB, do PT e de outros partidos da base governista para substituir Campelo, que antecipou sua aposentadoria. A vaga é da cota do Senado e o indicado precisa ser aprovado também pela Câmara. Mas havia forte resistência ao seu nome entre os próprios colegas, os ministros do TCU e técnicos da área.

Alvo de seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador é suspeito de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, peculato e crime contra a lei de licitações.

Fonte: Valor Econômico