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Congresso debate danos da especulação financeira

O economista Ladislau Dowbor estará na Capital no dia 30 de novembro

Escrito por Thiago Copetti - Editoria de Economia do JCRS27 de Nov de 2017 às 15:23
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Autonomia Literária / Divulgação / JC.
 
 

Os danos que o sistema financeiro causa ao setor produtivo e aos recursos públicos são o foco do mais recente livro do economista Ladislau Dowbor, professor de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que estará na Capital na quinta-feira, 30 de novembro. Em evento aberto ao público, Dowbor fará a abertura do XXVII Congresso da Federação Nacional dos Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil (Fenastc) falando sobre o seu mais recente livro, A era do capital improdutivo (Ed. Outras Palavras e Autonomia Literária), que pode ser baixado gratuitamente no blog: http://dowbor.org/principais-livros/

Para Dowbor, um dos maiores problemas do sistema financeiro mundial é reduzir a atratividade sobre a produção, que gera produtos reais e empregos, em favorecimento à aplicação em "papéis". Dowbor não trata a destinação desses recursos como investimento, palavra que ele reserva a recursos destinados à economia real e à produção de bens e serviços. "A financeirização não gera um sapato sequer, mas uma aplicação financeira rende, em média, 7% real, sem considerar inflação, enquanto a produção gera ganhos de 2,5% em média, deteriorando a capacidade da economia produtiva", diz.

O economista explica que o livro traz a síntese dos estudos feitos nos últimos anos sobre o sistema financeiro unida a dados e pesquisas recentes que demonstram a necessidade de regulação desse sistema. A ideia, explica Dowbor, é estimular a formatação de processos regulatórios que controlem o poder dessas corporações. O sistema financeiro, diz o economista, impede que governos realizem políticas públicas, asfixia a capacidade de investimento das empresas nacionais e reduz drasticamente a renda das famílias. "Com a alta da Selic, por exemplo, em 2015 o governo brasileiro pagou R$ 397 milhões em juros. Um ano antes, foram R$ 251 milhões", diz Dowbor. 

Para o presidente da Fenastc, Amauri Perusso, os muitos milhões de reais desviados dos cofres públicos e já apontados por operações como a Lava Jato são pequenos perto do que pode estar ocorrendo de ganhos ilícitos pagos por governos em juros ao sistema financeiro.

 

O economista

Ladislau Dowbor é formado em Economia Política pela Universidade de Lausanne, Suíça, e doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia. Atualmente, é professor no departamento de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nas áreas de Economia e Administração, e trabalha com consultoria para agências das Nações Unidas (ONU), governos e municípios. 

É autor e coautor de cerca de 40 livros, sendo o mais recente deles, lançado neste ano, A era do capital improdutivo. Entre outras obras, escreveu O que é capital, Formação do capitalismo no Brasil, Os estranhos caminhos do dinheiro, O pão nosso de cada dia: os processos produtivos no Brasil e Juros extorsivos no Brasil: como o brasileiro perdeu o poder de compra. 

 

O seminário - XXVII Congresso da Fenastc

Palestra de abertura de Ladislau Dowbor, aberta ao público e com entrada franca, no dia 30/11, a partir das 9h30min, na sede do TCE-RS (Sete de Setembro, 388, na Capital). Informações: ceape@ceapetce.org.br.

   

 

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