O CEAPE-Sindicato participou nesta terça-feira (13/12) do Ato Unificado do Movimento Unificado dos Servidores Públicos que reuniu todas as categorias dos servidores do estado. Os servidores protestaram contra a política do governo José Ivo Sartori para enfrentar a crise financeira no Rio Grande do Sul (especialmente, o desmonte dos serviços públicos, a extinção de fundações e o parcelamento de salários). Também a PEC do teto de gastos públicos (PEC 55), aprovada no Senado Federal por 53 votos a 16, recebeu repúdio dos manifestantes.
A Brigada Militar calculou que mais de 15 mil servidores, representados, na sua maioria pelo Cpers, Sintergs (Técnicos-Científicos), fundações ameaçadas de extinção, além do Sindispge (servidores da Procuradoria-Geral); Simpe (Ministério Público) e Sindjus (Justiça), ocuparam o Largo Glênio Peres e o entorno da Prefeitura Municipal e Borges de Medeiros, até a Rua dos Andradas.
O presidente do CEAPE-Sindicato, Josué Martins, foi um dos sindicalistas a subir no carro de som para falar aos manifestantes. Na sua fala, apresentou os dados da Cartilha da Dívida Pública, que foi distribuída aos manifestantes, e lembrou que a "dívida pública é um dos componentes mais importantes da crise financeira pela qual passa o Estado do RS". Mas, além de não enfrentar esta questão, o governo prefere extinguir as fundações. "As fundações representam 0,4% do orçamento estadual. É crível que a medida de acabar com elas irá resolver o problema do Estado?", questionou.
Josué acrescentou ainda que, no ano passado, o governo estadual editou 54 decretos de incentivos fiscais, isentando as empresas de pagar impostos. Além disso, dados oficiais divulgados no jornal apontam que uma única empresa, que irá gerar 5 empregos recebeu 68 milhões em incentivo. "E o TCE-RS não tem acesso a auditar estes dados", alertou. O presidente do CEAPE-Sindicato lembrou ainda o exemplo do Rio de Janeiro, que conseguiu alterar a pauta de discussões na Assembleia Legislativa, e salientou que é necessário fazer o mesmo aqui no RS.
Perto das 14h30min, os servidores saíram em marcha pela Avenida Borges de Medeiros. No caminho, tiveram apoio da população que passava pelo centro da cidade, filmando o ato e se somando aos gritos de “Fora, Sartori” dos servidores. Um boneco representando o governador José Ivo Sartori, com o rosto de uma caveira, mas o bigode e óculos característicos do peemedebista, puxava a marcha.
Na chegada ao Palácio Piratini receberam o reforço da Ugeirm (escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil), Amapergs (servidores penitenciários) e centrais sindicais. No local, proferiram palavras de ordem contra a política imposta pelo governador Sartori e queimaram o boneco que representava o governador.
