De todas as atividades rotineiras que qualquer pessoa executa ao longo do dia uma das mais importantes e saudáveis é o hábito da leitura, que hoje está cada vez mais em desuso. Infelizmente.
Antigamente, as crianças e jovens costumavam ler revistas em quadrinhos, os “gibis”, que apresentavam diálogos entre os personagens que eram lidos pelas crianças. Essa leitura ensinava regras de gramática, figuras de linguagem, concordância verbal, ortografia, etc. Hoje este processo é substituído por “tablets “ ou celulares que não apresentam o processo de leitura, apenas audição dos diálogos e vídeos de desenhos. Não se lê mais. E quem lê pouco, escreve pior.
A criança que cultiva a leitura de histórias em quadrinhos quando torna-se adolescente/jovem adulto acaba cultivando o hábito de ler jornais e revistas de forma a aumentar sua compreensão do mundo e dos fenômenos sociais. Esta prática cotidiana estimula a busca de mais conhecimento em sites de internet e em redes sociais aumentando interação e troca de conhecimento.
A prática de leitura estimula o raciocínio, melhora o vocabulário, aprimora a capacidade interpretativa, além de proporcionar ao leitor um conhecimento amplo e diversificado sobre vários assuntos. Ler desenvolve a criatividade, a imaginação, a comunicação, o senso crítico, e amplia a capacidade cognitiva.
O hábito de ler facilita o processo de escrita e de redação fazendo com qualquer profissional tenha mais facilidade para escrever um relatório ou comunicação corporativa. Um profissional pode ter uma ideia brilhante em sua atividade, mas pode ter dificuldade em expressar a mesma ideia na forma escrita.
Ficar sentado em casa de noite vendo novela na TV é uma atividade minimamente educativa, pouco reflexiva e passiva ao extremo. Mas, ler Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marques, por exemplo, é uma prática educativa ao extremo, altamente instrutiva e reflexiva fazendo o leitor interagir com o autor, além de trazer o livro a sua realidade social.
A média mundial de leitura é de 4,95 livros/ano. Em comparação, na França a média é de 12 livros, 11 na Coreia do Sul, nove no Japão e sete nos Estados Unidos. No Brasil, a média é de 2,43 livros.
Último relatório do PISA - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Programme for International Student Assessment) da OCDE concluiu que apenas 50 % estudantes do Brasil conseguiram atingir proficiência em leitura para identificar a ideia geral de um texto e refletir sobre ele. O Brasil ficou na 59ª posição em leitura, o líder? Cingapura!
O escritor Monteiro Lobato (1882-1948) já dizia: “Um país se faz com homens e livros”, ou seja, além do capital humano é necessária uma estrutura educacional para qualificar a mão-de-obra e aumentar a produtividade do trabalhador.
O escritor russo Máximo Gorki (1868-1936) enfatizava que “A tarefa da literatura é ajudar o homem a compreender-se a si próprio”. O escritor abolicionista Castro Alves (1847-1871) dizia: “Bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar”.
Então, o que você está esperando? Corre e vai ler um livro!
* Economista, bacharel em Direito, mestre em Educação, doutorando em Sociologia, Auditor Estadual e professor.
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