*Publicado na Zero hora do dia 24|02|2017
A última versão do nosso comportamento polarizado pode ser encontrada no embate entre o setor público e o setor privado, que tem impedido que certas questões sejam tratadas sob um prisma técnico e inteligível. Temas como as parcerias público-privadas, a transparência e regularidade das isenções fiscais, a modernização do serviço público e o combate à sonegação fiscal não são passíveis de uma reflexão séria e imparcial, por conta da polarização radical, que transforma tais temas em bandeiras a serem sustentadas por um dos referidos setores.
Público e privado não são setores excludentes, tampouco rivais. São parte de uma mesma engrenagem social, que deve primar pelo desenvolvimento sustentável de toda a sociedade. Buscar a supremacia de um sobre o outro apenas enfraquece essa engrenagem e, via de regra, tem por escopo proteger interesses escusos e dissociados do interesse comum. Atribuir a culpa de eventuais crises a apenas um setor é uma conduta irresponsável e descompromissada com a solução do problema.
Essa cultura da dualidade em nada auxilia o desenvolvimento do Estado! A saída da crise não passa por medidas que atinjam apenas um desses setores. Pelo contrário! Passa pela fortificação do público e do privado, bem como pela mudança da matriz econômica do Estado, com a busca de um modelo fulcrado no empreendedorismo e na inovação.
O momento é de romper com essas dicotomias e buscar a união de todos os setores, para que possamos, de forma desarmada, racional e sem maniqueísmos ou ideologizações, encontrar soluções que sejam producentes para todos os gaúchos.