A economista Maria da Conceição Tavares, uma das principais referências do pensamento desenvolvimentista nacional morreu em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de Janeiro, na manhã do último sábado (8/6). Nascida em Aveiro, Portugal, ela era brasileira naturalizada e tinha 94 anos.
Maria da Conceição foi deputada federal entre os anos de 1995 e 1999 e professora titular do Instituto de Economia (IE) da Unicamp e professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Conceição Tavares chegou ao Brasil em meados da década de 1950, pouco antes de Juscelino Kubitschek assumir a presidência do país. Foi durante esse governo que participou da elaboração do Plano de Metas, passando posteriormente pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Escreveu livros fundamentais para a compreensão do Brasil, influenciando uma geração de economistas e políticos brasileiros de renome como Dilma Rousseff, Luiz Gonzaga Belluzzo, Luciano Coutinho e José Serra. Consolidou renomada carreira acadêmica, com reconhecimento internacional, tendo sido indicada como uma das quatro mulheres entre os cem economistas heterodoxos mais importantes do mundo – a única a ser selecionada da América Latina pela publicação A biographical dictionary of dissenting, responsável pela elaboração da lista em 2000.
Mais recentemente, em 2019, a professora foi tema do documentário Livre Pensar, de José Mariani, que reúne depoimentos, imagens de arquivo e fotos para narrar a biografia da economista, uma das vozes mais ativas da esquerda intelectual brasileira. Foi também vencedora do Prêmio Jabuti em 1998, na categoria Economia.